Soneto da água
Lava minha alma
Não quero mais sentir
Essa inércia disfarçada de calma
De água parada por medo de fluir
No espelho d'agua
Meu rosto vira o teu
Revelando essa mágoa
Do passado, que ainda não morreu
Que azar tive eu, poça
Ao lhe encontrar onda
Tão bem escondida nesse corpo de moça
Azar, pois, a onda bate e volta
Enquanto a poça apanha e some
Dissipada na água do mar que se revolta