Soneto do amor perdido
Como ficar calmo, como se dorme
se o meu coração arde como chama?
Culpo a saudade, uma saudade enorme
de quem longe está de mim, de quem me ama.
Tento me controlar, deito na cama.
De novo vem meu peito desconforme...
De novo vem saudade, e se derrama,
pintando sobre mim seu tom disforme.
Será que andei brincando com a verdade?
Acho que, na verdade, eu já não ando
buscando os brinquedos da mocidade...
Então, perdi o amor. E a solidão,
essa dor que fugiu do meu comando,
cravou seus dentes no meu coração.
Interação com Ângela Faria de Paula Lima
SONETO DA ILUSÃO
Decerto que não dorme ou fica calma
A alma quando o coração lhe arde...
Mas não culpe a saudade que se espalma
No peito que imagina já ser tarde...
Nem tente controlar sua ansiedade
Ou recriar as cores do momento
Deixe esvair, aos poucos, sua verdade
Desviando seus olhos do tormento...
Pois a perplexidade é um comando
Que tinge de mentiras as quimeras
Colocando no peito só esperas....
Descansa e verás que a solidão
Foi irreal, que foi mera ilusão
E que o amor prossegue só amando....
21/12/2015