O Anjo de Pedra

Um anjo que fitava dum alto edifício os transeuntes

Petrificado há tempos nas paredes da fria instituição

À sombra da ameaça alvoroçava as almas carentes

Ligadas por algum mistério numa melancólica emoção...

Nos dias bons um amparo estende-se a pouca gente!

Em queda livre o coração declina, rasga o espaço vazio,

E a aberração que vaga no silencio dum mundo vigente

Mergulha num voo suicida em busca dum amor sombrio!

À sorte não deixará de se rebelar livremente incerta...

A representação da sua agonia é um papel infinito

E o seu corpo um objeto, um lugar vazio que o liberta!

Ele deixou de ser de pedra e lançou as sombras seu grito...

Fez-se cupido, forjou sua arma e os atingiu com sua seta,

Banhou-se na fonte da vida e com seu sangue selou o rito!