A RESILIÊNCIA DE UM VATE

Ainda que minh'alma esteja assim azougada
Pelas cruéis desilusões desta vida imprevisível 
A verve ainda pulsa nesta mente incompreensível
E nestas tristes linhas sinto minha poesia afogada

Ela chora como se fosse um órfão na madrugada
Que teve a mãe ceifada por uma guerra desprezível 
As suas noites são longas e o choro é irredutível
Mas os padecidos olhos ainda brilham na alvorada

E nesta resiliência alheia eu me visto de paz serena
Pois sei que minhas dores são como pingos d’água
Que lavam a minha tristura nesta natureza amena

Livrando-me dos covardes e das redomas de mágoa
E nesta completude vejo que a poesia não é pequena
E sim,  inefável rio que no mar um poema deságua!   


Nota: Este Eu Dedico Ao Meu Amigão 
89394-mini.jpgFacuri


( Fábio Ribeiro - Dez/2015 )