Silêncio
( Soneto de Despedida )

Em seu leito, escreve o que chora o coração.
O Poeta, tomado por grande paixão chega ao seu limite.
E com suas trêmulas e fracas mãos,
seu sofrimento é tanto que ao silêncio eterno permite.

E de forma lenta, consumido aos poucos,
em derradeiras linhas com paciência,
deixa rabiscos tortos e loucos,
ficam lembranças nas obras, como quem pede clemência.

Ferido, rejeitado e esquecido no amor,
como fuga, retira-se vencido,
despedindo-se de todos, da vida e da dor.

Pronto, acabou. Foi-se o sofrer com o sofredor.
 Cai o corpo, ouve-se os prantos. Cala-se a voz.
Morre o Poeta no seu clamor. Morre o Poeta sonhador.

 
Mário De Oliveira RSA
Enviado por Mário De Oliveira RSA em 27/11/2015
Reeditado em 30/11/2015
Código do texto: T5462347
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