Soneto do mar
 

Sentado triste numa tosca pedra,
Deitei os olhos no balé do mar;
Vi tua imagem onde as ondas quebram
E veio essa vontade de chorar.
 
Quisera que o ontem hoje outra vez fosse,
Pra ser de novo o teu querido amor.
Cruel final que a nossa sorte trouxe,
Ancorando em mim tão imensa dor.
 
Tal o barco que foge dos maus ventos,
Recolhendo-se ao porto e atando amarras,

Busquei refúgio pros meus desalentos,
 
E teu colo foi meu melhor abrigo...
Sem ter mais forças pra aguentar
 a barra,
Convidei o mar pra chorar comigo.


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N. do A. - Na ilustração, aspecto da praia de Matinhos, Paraná, em foto do autor.

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 17/11/2015
Reeditado em 16/11/2022
Código do texto: T5451456
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