O Rouxinol e a Rosa (soneto)

Pendi meu canto e sangue à rosa seca

Para dar-lhe a cor rubra de um amor

Nenhuma jóia vale como a flor

Que de canto e sangue em seu pé floresça

Pois mesmo que a dor em meu peito cresça

Porei mais fundo o coração em dor

Pois sendo eu da minha paixão senhor

Deixo meu sangue e canto a quem mereça.

Assim saí, abandonei meus ninhos

Por cobiçar a flor dei-me aos espinhos

Até que se calasse minha canção.

Mas quando morrer estarei pertinho

Envolto em seus galhos de carinho

Até que me transpasse o coração.

(Soneto inspirado no conto homônimo de Oscar Wilde)

Gabriel Paixão
Enviado por Gabriel Paixão em 17/09/2015
Código do texto: T5384932
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