O Rouxinol e a Rosa (soneto)
Pendi meu canto e sangue à rosa seca
Para dar-lhe a cor rubra de um amor
Nenhuma jóia vale como a flor
Que de canto e sangue em seu pé floresça
Pois mesmo que a dor em meu peito cresça
Porei mais fundo o coração em dor
Pois sendo eu da minha paixão senhor
Deixo meu sangue e canto a quem mereça.
Assim saí, abandonei meus ninhos
Por cobiçar a flor dei-me aos espinhos
Até que se calasse minha canção.
Mas quando morrer estarei pertinho
Envolto em seus galhos de carinho
Até que me transpasse o coração.
(Soneto inspirado no conto homônimo de Oscar Wilde)