CANTOR SABIÁ

Não saberia reamanhecer sozinha

Sem o pio vibrante do meu Sabiá

Que me desperta sempre com a poesia

Mesmo à revelia dum verso a sonhar.

Não saberia ouvir a primavera

Toda a sinfonia a ressoar no ar...

Sob a quimera de águas cristalinas

Cuja sonoplastia está a lhe acompanhar.

Ao seu prenúncio de natureza em festa

Tenro galho se presta a lhe balouçar

Timbre gritante, cores verdejantes!

Solfejo e orquestra, tudo a nos saudar.

Não saberia ser triste poesia

Sob a maestria do meu Sabiá...