Eternidade

Eternidade

O reles mortal em sua cova chora

Mas como chora se não é finado?

Se defunto fosse, teria chorado?

Se chorado não deveria ir embora?

Sete palmos, pá de cal, eis tua hora

Desesperado ele vê-se ornamentado

Num belo terno em flores cravejado

Maquiagem que sua pele branca cora.

Ele rumou ao seu enterro rindo

Queria acreditar que era de verdade

Mesmo estando ali tudo muito lindo

Convidados que comiam brevidade

Vela acesa, a banda cantando o hino

Ele correu pra luz, pra eternidade.

Gabriel Paixão
Enviado por Gabriel Paixão em 25/08/2015
Código do texto: T5359268
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