O último riso da vileza

Por toda a vida praticou o mal,

escarneceu de todos seus iguais;

traiu, mentiu, roubou cada vez mais

e assassinar virou coisa banal.

Em nenhuma vez sequer foi cordial

com a mulher, os filhos ou os pais;

não lhe ocorreu fazer o bem jamais

e assim se transformou num ser brutal.

Chega o dia em que o vil é um ninguém

e no fim é tanto canalha junto

que não se sabe mais nem quem é quem.

Agora, finalmente, lhes pergunto

se não acham que o riso lhe cai bem

na boca descarnada de defunto.