O ARREPENDIMENTO

No início tudo foi um mar de encantamento,

Pois dizias amar-me apaixonadamente,

E eu, burro, acreditei no amor do teu contento,

Já que em pura paixão eu estava doente!

Fui caindo no teu sabor a bom momento,

De palavras que tu me enganavas, de gente

Que diz o que não sente, em que apenas, no vento

Elas foram voando assim tão simplesmente.

Que duro amor! De um mal que já me feito está,

E agora eu solitário e triste, em versos canto

A tua boca falsa, escura, seca e má;

Pois sei que não sou nunca um homem feito um santo,

Porém, a vida é assim, um negro inferno, já

Que estou arrependido em ter-te amado tanto!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 05/06/2015
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