BEM VINDA
Ancore o barco amor, cá neste cais,
Que há muito tempo espera solitário,
No vento, na friagem, e ademais...
Neste porto inseguro e temporário.
O seu norte é aqui, se achegue mais,
Atraque que não sou imaginário,
Apenas silencioso por demais
À beira deste mar ao sol diário.
E quantas luas se passaram já
Sobre esta paciência tão infinda
Com o horizonte do lado de lá!
A hora é chegada, sê bem vinda,
Aqui um grande amor amar-lhe-á
Sob este céu de estrela e lua linda.
* Grato, belíssimas interações:
ENFIM!
Vem amor, estou à espera,
tanto tempo, que nem sei...
Por isso, então, considera,
vem dar vida ao que sonhei.
Jamais, sequer, eu pensei,
chegasses na Primavera.
Vem amor, estou à espera,
tanto tempo, que nem sei...
Eu te amo, sempre amei,
meu amor não é quimera,
me sinto, até, como um rei,
nesta nova atmosfera.
Vem amor, estou à espera.
HLuna
És bem vinda!
Bem ao cair da noite eis que me aporto
Em silencioso cais deste teu porto
Depois de ter singrado em verdes mares
Ter respirado amor em muitos ares...
Encontro-te tão triste e absorto
Tal como pelo peixe um anzol torto
Ou tal como uma estrela em seus pesares
Não mais tingindo o céu de seus altares...
Ancoro em teu peito de candura
Deixei ondas brumosas... busca finda
Em noite enluarada terna e linda
Me abraças sussurrando com ternura:
_Chegaste, musa minha? É cedo ainda
Meu sonho, minha sereia! És bem vinda!!!
Nina Costa