Dulce Mañana

Ainda hoje choro minhas poesias,
antigas que sejam. Basta lê-las
que tudo volta: orações, heresias,
sonhos, versos viajando estrelas.

Ainda hoje guardo velhas fantasias
vestidas de ti, num trem que dispara
alucinado. E cada vez menos dias...
Um menino de olhos azuis me encara,

um senhor de barbas brancas parte.
Ainda hoje trago comigo as verdades
que me mentiram. Cada vez a arte

mais me dói, indigna soberana
da ilusão fiadora de tardes
em que resisti dulce manãna.