AS LAVADEIRAS DO AMAZONAS 
 
Ainda lembro das cantigas que acompanhavam suas mãos
A prancha de cedro, o porrete, a trouxa e curumins por perto
Beira de rio, canta Maria! Uma modinha acalmando o coração
Crianças brincando n’água, felicidade plena e destinos incertos
 
Um  barquinho corta o estirão e o banzeiro chega suavemente
Lá de longe alguém acena, Maria só olha e continua sua lida
O sol queima a sua pele mulata, mas ela finge que não sente
Muitas roupas para lavar, e ainda tem que preparar a comida 
 
José foi para roça é dia de puxirum, muitos ganchos e terçados
Meio-dia, animais descanção e a labuta de Maria está finalizada
Ó! Maria Queria eu saber dos seus sonhos, desejos e ansiedades
 
Mais acredito eu, que apesar dos pesares, ela conheça a felicidade
Ah! Minhas Raízes, eternizadas nesse meu coração interiorano
Não nego minhas origens, só porque hoje sou um Escravo-Urbano
 


By Fabio Ribeiro
May God Bless You!
Manaus-Am Abr/2015