SONETO PARA BACAL

SONETO PARA BACAL

Inicia-se de Baco a contenda explícita,

No cultivo extenuado de seus vinhedos,

Entregam-se-lhes nesse plano os mortais

Segredos, violando para sempre suas vidas.

Na penumbra das noites tétricas se desfazem

Os sonhos e quimeras que adornam as vestes,

Que de luxúria e pecado essas respingam,

Violando a si e a quantos outros o sigam.

Abrem-se os armários do tempo que lhe resta,

Libertando-se-lhe das múltiplas fantasias...

Adornos de sutreanos desejos reprimidos,

Que outrora encantou seus dias certamente.

Acordam então na lucidez da vergonha,

Que na embriaguez quedavam-se esquecidos.

Franciná Lira/Urias Sérgio