LÚRIDA ÓPTICA

A tua sombra, seca, amarga, triste,

Detida ainda no silêncio meu,

Disforme desespero que me assiste,

Contra a luz de um Amor que não morreu.

A tua sombra, co' punhal em riste,

Criando ainda vasto e longo breu,

Obstinado pavor que não desiste,

Mal enorme que não se arrependeu...

E se eu pensasse em teu abraço agora,

Que olhasses neste olhar que apenas chora...

O tempo já me deixa amedrontado...

Não sei mais onde pus a nossa calma,

É tristeza essa sombra da tua alma,

Escuridão de não te ter ao lado...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 19/01/2015
Código do texto: T5107441
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