Semblante ao Vento

Caí muitas vezes num Mar inumano de esgoto

Ou, feito o lenço que outrora secou incansável,

As lágrimas incontáveis do peregrino rosto

Deslapidado em solo da pauliceia inexpugnável.

Não sei contar histórias bonitas, nem de conde.

Mas sei falar dos olhos alvacento – me lembro –,

Encurralado atrás donde o submundo esconde,

Eis que espreitava a captura de uma fronte, atento,

“O quotidiano”, à espera de um menino virginal

Vil e fácil a má lição instruída nas esquinas

Ao fim de trocar a escola pela bíblia marginal.

Mas soprou pra bem longe tal sofrível tempo...

E alado ao peito velo em túmulo aberto

O pó que restou deste semblante ao vento.

Poesia Tofilliana
Enviado por Poesia Tofilliana em 05/01/2015
Reeditado em 10/01/2015
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