SONETO DE NEGAÇÃO


Se perguntem de ti... Talvez eu negue!
Ou não diga-te mais como em antigamente.
E minh'alma não sendo... Alegre, contente,
Talvez, esse amor, eu pra sempre renegue.

À princípio, talvez, eu apenas o despreze.
Ou não mais eu o diga tão ardentemente.
E não mais o dizendo em versos dolentes
A mais nada de ti eu talvez me apegue.

E seguirei pela vida... - Indiferente -
Aos sentimentos, ou ao amor... Descrente
... Buscando a qualquer custo esquecer.

Afastando-te de minhas memórias.
Sepultando definitivamente essa história.
E pra nunca... Nunca mais sofrer!

                         Puetalóide



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SONETO DA CONTESTAÇÃO


Sei quem sou para ti, mesmo que negues
Ou que me maldiga, renegando-me em tua mente
Sei que em tu'alma gravada em versos, me sentes
Mesmo que indiferente, seguindo tua vida, alegues

Os sentimentos ou o amor que diz estar descrente
Ao qual  à todo custo, foges, tentando esquecer
Nada mais é que mera defesa para não sofrer
Pois sabes que teu coração grita por mim, carente

Como podes sepultar nossa história?
Não renegue teus sentimentos, tornando nosso amor morimbundo
Ignorando-me e afastando-me de tuas memórias...

Não sabes que te amo, mais que tudo no mundo?
Então venha, meu amor... sigamos a nossa trajetória
Vivendo este amor que é eterno e tão profundo...

                         Márcia da Costa Larangeira



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DANÇOU...


Quando eu corri atrás do vento
Tentando preservar um único momento
fiz tudo errado
E dos sonhos esfacelados por nós dois
Juntei os cacos
Como quem tenta restaurar um tesouro

Quando pus a perder o mais precioso de mim
Meu orgulho, minha dignidade
Concordando em ser para você
Todas as vezes que estalavas os dedos
Enganando a você, enganando a mim mesma
E deixando o importante pra depois...

Não me dei conta que eu era mais que isso
Que eu me fazia ser só pra você...
Já não espero seu gesto num aceno ignóbil
Ou que me reclame num telefonema
Não existe mais dilema dentro de meu ser

Não discuto mais com o meu coração,
Apenas sigo em frente
E se ele diz sim, sim... se ele diz não, não
Porque ir contra a lei de quem me domina,
E comanda o ritmo mais tênue de meus sentimentos?
Em minha vida é ele quem fala mais alto que a razão...

Meu coração se esqueceu,...
Nesse compasso, na melodia desse samba
Que bamba,... você de arlequim tanto brincou,
[E agora dançou...]

                         Nina Costa



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Podes Negar?


Não creias, meu bem, que por dor transido
Possas dizer a quem te perguntar
Para funda curiosidade saciar
Que esqueceste... nada de mim tens ouvido...

Não creias, que alheio... te escondas vencido
Sem meu amor que queres renegar...
Memórias submersas... como vais negar?!
Inpossível, sei eu, isso tem sido!

Não creias, que só dizer é bastante...
Negar... renegar... o que a alma não nega!
Impregnada em ti estarei a cada instante...

E a clara aurora que a seu tempo chega
Receberemos... com o coração cantante
Sim... enquanto um ao outro mais e mais se apega!

                         Esther Lessa



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BUSCAS EM OUTRA A SACIEDADE


Eu sou mais um fruto do amor e da genética,
Nas minhas carnes não tramitam outro valor,
Não me digas que um ao outro conquistou,
Que em algum momento te fiz vaga promessa.

Nem me lembro desta tua magra existência,
Não obstante conheço em ti ser manifesto,
Tuas entranhas necessitam do amor carnal,
Mas o meu corpo é dissonante e complexo.

Buscas em outra a saciedade dos teus desejos,
Pois os meus beijos já se negam a salivar-te,
Este meu corpo será comido pelos percevejos.

Não vim ao mundo para ser sua meretrícia,
Mas rogo a Deus que nos vejamos na redenção,
O nosso castigo é que ambos os corpos viçam.

                        Miguel Jacó



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SONETO DE ACEITAÇÃO


Se perguntarem de ti... Talvez não negue!
Talvez eu conte as coisas do presente
Que já não nos amamos ternamente
E até aos teus defeitos eu me cegue...

Talvez o amor em mim não mais te entregue...
Não poderia eu, sinceramente,
Negar-te todo o Bem, que tens latente,
Embora ao Bem em ti não mais me apegue...

Se pensas que serei indiferente
E que perdi a paz, fiquei descrente
E busco a qualquer custo não sofrer...

Eu te trarei pra sempre na memória
E aceito o desfecho dessa história
Mas nunca, nunca mais vou te esquecer!...

                         Ângela Faria de Paula Lima



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UM AMOR QUE SE APAGA


Que não me perguntem de ti jamais
e nem lembrem esse amor que nego.
Que não me recordem dele nunca mais
porque é sepultado em mim e renego...

Talvez, se eu olhar além, no passado
quando dele tu fazias parte enfim,
vou querer esquecer de ter-te amado
e tentar apagar-te de tudo em mim...

Meus versos, a ti já não pertencem.
E nem as lágrimas que a ti derramei!
Enxuguei-as, não mais acontecem...

Vou tirar-te da alma e da memória
e esquecer que um dia tanto te amei!
Definitivamente apago... nossa estória!

                         Simplesmente Romântica