Lacunas do tempo

Lacunas de um tempo passado, sem volta,

Tais farpas na alma, agudas, doridas,

São estas saudades ao longe sentidas,

Que um erro amargo provou na revolta.

As dores o peito não quer, mas não solta,

Lembranças saradas das tristes feridas,

Dos sonhos, quimeras que foram perdidas,

E agora, à noite, o sonho escolta.

Passaram-se os anos, e a dor permanece

Nos cantos da vida, na doce lembrança,

Momentos tão ternos, jamais se esquece.

Sem volta, no tempo, não há esperança,

Se foge, a fuga é quando adormece,

No meio do sono a saudade alcança.

Maurício Apolinário
Enviado por Maurício Apolinário em 18/10/2014
Código do texto: T5003904
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