INÉRCIA

Olhos d'água, cabelos de medusa,

Cortes profundos na esperança fraca,

Anseio da minh'alma tão cunfusa,

Tristeza, que entre tantas se destaca...

Ainda a traição de mim abusa,

Crava em meu peito a mesma diária estaca,

Eu amo tanto o Amor que não mais se usa,

Idéia que do peito não se saca...

E assim, pensando com o coração,

Relevo quem soltou a minha mão

Na beira deste abismo já vulgar.

No fundo toda gente é assim covarde,

Parte mais cedo o que encontramos tarde,

Esquecendo o caminho de voltar...

Maurilo Rezende
Enviado por Maurilo Rezende em 08/10/2014
Código do texto: T4991798
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