FALSA FLOR (EC) Dois sonetos

I

SONETO DA FALSA FLOR (decassílabo)

Falsa flor no vaso, inútil e velha,

És impura, descorada, sem viço...

Imites rosa, violeta, camélia

Não possuis encanto ou causas feitiço

Não provocas emoção sentimento

Entre páginas não adormecerás

Não serás prova de arrependimento

Presente com cartão pedindo paz

Não perfumas vale ou enfeitas a serra

Qual mão com carinho te cultivou?

Sequer sabes o que vem a ser terra

Sol de verão deixa-te retorcida

Numa primavera jamais brotou

E só não morres, porque não tens vida...

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Pedaço de plástico

Colorido sem perfume

Uma falsa flor

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II

SONETO DA FALSA FLOR (redondilhas maiores)

Plástico mais atrevido

Sem viço tenta imitar

Rainhas de real colorido

Perfumosas a encantar

Sem carinhoso cultivo

Jamais o afago da mão

Terno cuidado exclusivo

No prazer da floração

Nunca centro de atenção

Solitário de cristal

Não aliviarás uma dor

Sirva de consolação

Não tendo vida afinal

Não morrerás minha flor

Estes textos fazem parte do Exercício Criativo - Flores de plástico não morrem.

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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 22/09/2014
Código do texto: T4971316
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