FALSA FLOR (EC) Dois sonetos
I
SONETO DA FALSA FLOR (decassílabo)
Falsa flor no vaso, inútil e velha,
És impura, descorada, sem viço...
Imites rosa, violeta, camélia
Não possuis encanto ou causas feitiço
Não provocas emoção sentimento
Entre páginas não adormecerás
Não serás prova de arrependimento
Presente com cartão pedindo paz
Não perfumas vale ou enfeitas a serra
Qual mão com carinho te cultivou?
Sequer sabes o que vem a ser terra
Sol de verão deixa-te retorcida
Numa primavera jamais brotou
E só não morres, porque não tens vida...
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Pedaço de plástico
Colorido sem perfume
Uma falsa flor
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II
SONETO DA FALSA FLOR (redondilhas maiores)
Plástico mais atrevido
Sem viço tenta imitar
Rainhas de real colorido
Perfumosas a encantar
Sem carinhoso cultivo
Jamais o afago da mão
Terno cuidado exclusivo
No prazer da floração
Nunca centro de atenção
Solitário de cristal
Não aliviarás uma dor
Sirva de consolação
Não tendo vida afinal
Não morrerás minha flor
Estes textos fazem parte do Exercício Criativo - Flores de plástico não morrem.
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