Soneto para uma mulher nas montanhas
 

A mulher que se exibe bela e nua
Ao sol deitada pra esperar a lua,
No fim dos dias, ao se irem as tardes,
É a mulher que me atiça e me incha a carne.
 
Essa mulher tão linda amo em segredo.
Um amor implacável de dar medo,
Que atordoa, confunde e me abre ao meio,
Quando me chama e mostra o par de seios.
 
Sonho com sua imagem no horizonte.
Despojo-me. Nu, parto ao seu encontro,
Liberto dos temores fúteis de ontem.
 
Rompo-lhe a polpa, e ao seu corpo eu me fundo.
Consumido no mais louco confronto,
Vou com ela viver em outro mundo. 


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N. do A. – Na ilustração, pôr do sol em Caiobá, uma praia de Matinhos - PR, em foto do autor.

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 18/09/2014
Reeditado em 28/02/2022
Código do texto: T4966284
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