SONETO DESCONEXO
É de mim, de minh'alma, do meu Espírito
Como coisa que brota-me naturalmente.
- Como tudo me fosse espontaneamente -
E a manifestar-se em versos bem bontos.
É como se à alma... - tatuado e escrito -
Ou fosse-me explicitado... Prontamente.
Como se a alma... Alegre... Contente...
Levasse-me a dizer ao modo mais explicito.
E se por vezes canto em lamento,
É que as vezes falta-me o contentamento,
Ou ficásse-me o contento por nascer.
Ou como tudo brotasse-me em tristura!
Como se a mágoa, a dor, a amargura,
Fossem o meu modo mais sublime de dizer!
Puetalóide
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Conta-me!
Que encantos trazes quando andas perdido
Em meio a teus segredos e mistérios
E a mim me aguças, sem quaisquer critérios!
Consolar-te é o desejo desmedido!...
Que véus carregas cobrindo o alarido
De tuas alegrias nos teus impérios?
Forasteiras fogem em momentos sérios
Deixando-te em teu soluço sentido...
Se em ti brota melancolia amarga
E rasgas teus sonhos em desenganos
Revela a dor e o sentimento à larga
Pra que em doçuras mergulhes os danos
Que se irão... E a emoção que a voz embarga
Verterá em carinhos soberanos
Esther Lessa
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O CANTO DA ALMA
É que sua alma, poeta, absorve o belo
e aí tudo brota fácil, com intensidade,
desde o seu poetar, ao canto mais singelo.
Ser espontâneo será sempre sua verdade!
Pudessem todos saber o que lhe vai na alma,
às vezes triste, às vezes plena de amor,
talvez sorrissem com seu sorriso que acalma
e chorassem de tristes, quando da sua dor...
Sua amargura, você diz em forma de versos
e em forma de versos ainda, plenos de mágoa,
você chora lamentos que ecoam dispersos.
Tudo brota de uma tristeza que se faz infinita,
que ao nascer vai se tornando em nódoa
e que se resume depois em mera poesia, tão bonita!
Simplesmente Romântica
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A TUA POESIA, LUCIÊ!
Dizes que fazes sonetos desconexos
Mas que é de ti e brotam naturais
São espontâneos e não muito complexos
Que são da alma, portanto espirituais!...
Que vertem, são ditados suavemente
E ao papel escorrem tão bonitos
Que o coração (de amor) se faz contente
Feliz, alegre, com os teus escritos!
E me perguntas que fazes tu em meio
A tantos dons que encontras no Recanto?
Até parece que tu fazes feio!...
Mas eu te digo que és grande poeta!
Que escreves lindamente, um encanto!
Que tua poesia é completa!
Ângela Faria de Paula Lima
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ESTE TEU SER É COMPLACENTE
Este teu ser é complacente mas tanto expeço,
Tem convergências com desejos não possíveis,
Não obstante faz confusão com seres diversos,
Alude aos sonhos que na prática são invisíveis.
Mas tens carisma como fosse um sacerdote,
Mesmo impedido amas mais do que promete,
Não chegas ao coito por uma questão de sorte,
Mas em espírito muitos amores ti convertem-se.
Se não mudares vais procriar a muitas viúvas,
Pois os afetos se perpetuam em pensamentos,
Te dizes tímido mas tuas garras fazem barulho.
Tomas um chá e pede as bençãos do criador,
Depois dormitas o teu pensar numa donzela,
Vais ao altar para consagrar este grande amor.
Miguel Jacó