Soneto da morte.

Aqui está o infame,

o insano desventurado,

aedo alquebrado,

que niquem o ame.

Que seja ele desfigurado,

depois amordaçado ao arame,

o escarlate liquido derrame,

e em cova rasa jogado.

E nela escrita em letras mortas,

seu epitáfio em pedra grafado,

o vil poeta das linhas tortas.

Aqui está eternamente calado,

o andarilho sem rotas,

descanse sem ser importunado.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 12/08/2014
Código do texto: T4919995
Classificação de conteúdo: seguro