Soneto da morte.
Aqui está o infame,
o insano desventurado,
aedo alquebrado,
que niquem o ame.
Que seja ele desfigurado,
depois amordaçado ao arame,
o escarlate liquido derrame,
e em cova rasa jogado.
E nela escrita em letras mortas,
seu epitáfio em pedra grafado,
o vil poeta das linhas tortas.
Aqui está eternamente calado,
o andarilho sem rotas,
descanse sem ser importunado.