PÁSSARA

Quem escuta teu trinar tão convincente

pouco sabe do que trazes na memória

do que passaste, metade da tua história

do que vai por trás do rosto sorridente

Quem avista esse teu voo tão seguro

pouco sabe do peso que tens nos ombros

dos fantasmas que te tomam de assombro

quando precisas de ponte e encontras muro

Quem contempla o teu pouso tão sereno

confiante em todo e qualquer terreno

adivinha que a bagagem é pequena

Mas quem escuta teu cantar de forma isenta

reconhece que esse canto representa

uma forma de arejar as tuas penas

PÁSSARA – Lena Ferreira – ago.14