SONETO DE DESCOMPAIXÃO


Por negares o amor, ou não ter dito
Quando eu mais precisava escutá-lo de ti.
Por não apiedar-se de quando sofri,
Desprezando em mim o amor mais bonito.

Por negares o que parecia-nos escrito,
- O que nunca ousei a ninguém exprimir -
Por negares-me afeto... Ou não admitir
Que fosse o amor em nós circunscrito.

Não direi-me em mágoas... E não direi
Que morreu o amor que por vezes jurei,
... E renegasses, deixando-o pra trás.

Inda sou o mesmo em carinho e ternura.
Mas, se apenas agora tu me procuras,
O tempo, Querida, nos é tarde demais!

                         Puetalóide



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AS CHAMAS QUE NÃO FOMOS


Por que há de haver tanto desencontro,
tanto desalento na vida de todos nós?
Por que há de ser assim... resposta não encontro?
Mas esse desacerto nos será sempre um algoz.

Nem é que eu te tenha negado amor
e nem que não quisesse te ter dito.
Eu via teu sofrimento por meu desamor.
E agora, eu é que de ti tanto necessito...

E me dizes... teu coração estar fechado
por ser tarde demais! Triste... me desespero,
nosso amor ao desencontro está fadado.

Sabe o que me dói? Saber que ainda me amas
tanto quanto eu... que ainda te quero.
A vida não nos deu chance, de sermos chamas!

                         Simplesmente Romântica



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NÃO É TARDE DEMAIS


Se de certeza tu'alma se inunda
Do vil desprezo que por ti... não houve..,
Se pensas... negar-te o afeto... me aprouve
Nada sabes dos meus ais... dor profunda...

Não cogites de descompaixão funda
Meu coração os teus lamentos ouve...
Teus desejados carinhos... meu ser louve!
Quero-te já... com doçura fecunda...

Se o amor que tu juras não morreu
Se não há mágoa a tremer em teus suspiros
Se ainda és o mesmo e te dizes só meu...

O que ficou pra trás... em poucos giros
Retomaremos! ... Sonho ... muro rompeu...
Vem! Longe vá a saudade (e seus vampiros)!...

                         Esther Lessa



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PEDIDO DE PERDÃO


Perdoe-me por te ter negado amor
Perdoe-me por te ter feito sofrer,
E por de ti não me compadecer,
Levarei minha culpa aonde eu for.

Perdoe-me pois neguei nosso querer
Foi orgulho bobo, mas, não desamor
Minha indiferença trouxe-me a dor
Estou sofrendo e o fiz por merecer.

Perdoe-me por negar o que era certo
Por não compartilhar contigo o afeto
Que ofertavas-me com tanta ternura.

Perdoe-me! Só assim obterei cura.
Nesse momento que tanto te quero
Dizes-me: - É tarde. E eu me desespero!

                         Madalena de Jesus



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SONETO DE COMPAIXÃO


A sabedoria nos faz seguir em frente,
Quando um amor não se realiza...
Pois de muita paciência se precisa,
Percebemos o final, infelizmente.

E para quem tem um coração crente,
Cheio de compaixão e fé, desliza,
E aos poucos com carinho eterniza,
Porque a dor não é inconsequente.

As experiências são importantes,
Nesta senda que é a nossa história,
Neste mundo que é hoje tão irreal...

E mesmo sofrendo tanto, delirantes,
Guardamos este amor na memória:
Pedacinhos de um Céu tão ideal!

                         Adria Comparini



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"... O TEMPO VOA ..."


Preso em seus braços, o universo encolheu...
Voavam arrepios com suas mãos pilotando...
Traziam prazeres e o nosso corpo adorando,
O tempo voava, e nenhum de nós percebeu...

O calor aumentava com o fogo dos desejos...
Esquecemos fronteiras e rompemos limites...
Nos tornamos um só, em meio aos apetites,
E nos intervalos, descasávamos entre beijos...

Navegando seu corpo, me perdi no seu mar...
Ancorei no seu porto, e fizemos nossa festa...
Quando a vida se for, a lembrança nos resta...

Flagrados pelo tempo, na distração de amar,
Percebíamos o sol, olhando, por uma fresta...
E voamos no tempo, numa rapidez, funesta...

                         Jacó Filho



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ENTENDA, POR FAVOR!


Entenda! Meu amor não te neguei!...
Por não dizê-lo, eu nunca percebi...
Amor assim eu nunca encontrei,
Talvez porque nunca te mereci!

Só por sabê-lo agora, te direi
Que hoje tenho imenso amor por ti!
Era imatura, infantil e agora sei
A grande chance que tive e perdi...

Quem dera se tivesse pressentido
Naquele tempo (que hoje é olvido!)
Que tu me amarias té o fim!

Se me dizes agora que é tarde
Imploro-te: Desculpe, a chama arde!
Tu que chegastes cedo para mim!

                         Ângela Faria de Paula Lima