O pote de ouro

No fim do arco-iris, conta-nos a lenda,

aguarda por nós um pote de ouro,

mas é vigiado pelo mau agouro

que nos barra a entrega da encomenda.

Há no fundo de cada poema um poço

onde empenham-se álacres amores,

e como em velhas lojas de penhores

cada devedor deve até o pescoço.

Se por vezes nos parques há barracas

onde se pescam bolas e bonecas,

há pela vida em campos e charnecas,

só ilusões cravadas em estacas.

Nós queremos partir e, no entretanto,

resta-nos sofrer ainda um outro tanto.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 22/07/2014
Código do texto: T4892520
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.