Soneto da Cachoeira

Trago no colo da minha algibeira

Um monte de sonetos mil

Sinto ao longe o som da cachoeira

Sob um céu cor de anil.

Prudente vargeio o rio a beira

Os desgostos logo vão passando

As lembranças das minhas brincadeiras

Em cargas d’aguas vão se findando.

Remando, remando, no rio eu vou.

Penso meu povo, na massa querida.

Dizem: não queremos muito da vida.

Queremos o pão de cada dia

Senhores donos da lei!

Um dia destarte

Ainda seremos reis.