Armadilhas

Vai-se o tempo costurando suas teias

tal tecem armadilhas as aranhas;

há que ter excelência em artimanhas

para o couro não ter feito em correias.

Para sermos nós, de tais façanhas,

meros heróis de cantos de sereias,

sonhos e sombras nutrem nossas veias

e nossos corações pulsam barganhas.

Tracejados em estradas estranhas,

somos essa luz baça das candeias,

e como velhos carroções de aldeias,

arrastamos nossos aboios e manhas,

e buscamos no fundo das entranhas,

nossas sobras de lamas e de areias.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 25/06/2014
Código do texto: T4858576
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