AS ARARAS MÁGICAS
Que manhã é esta, que me deparas,
Tu que renasces no fim da madrugada?
Quando brotas toda iluminada,
solta nos céus os vôos das araras.
E elas ululam nas manhãs mais claras,
em bando sobre as asas da alvorada,
como um despertador em debandada,
como uma sinfonia das mais raras.
Nesta manhã que despertei-me cedo,
ouvi certo silêncio, como um segredo:
as araras mágicas não deram um grito.
Será que meus sentidos se apagaram,
ou os bravos ventos para longe as levaram,
E agora serão ouvidas no infinito?
(YEHORAM)