SONETO EM DESILUSÃO


Por achar que voltavas... - Esperei!
E me dei sem limites a essa esperança.
Te guardei em minúcias à minhas lembranças
Como nunca, jamais, a alguém eu guardei.

Por querer que voltasses... - Sonhei!
Como quem, a sonhar, tudo pode e alcança.
E aos sonhos me fiz como fosse criança.
E temendo acordar, sem você, despertei.

E me pus a buscar-te por outros caminhos
- Semeei flores... Suportei espinhos... -
E de tantos caminhos por ti... Me perdi.

E conciso de que não voltavas jamais
Decidi não chamar por você nunca mais
E pra não mais sofrer, de amor.. - Esqueci!

                             Puetalóide



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É TEMPO AINDA...!


É tempo ainda, amor..., quanto esperei
Que tu viesses me buscar! Isso é vero!
Oh! Lembranças de ti, como guardei!
É tempo ainda de estar contigo... Quero!

Não penses estar nosso amor no ocaso
As ânsias de meu coração o atestam
Tua dor... não é a minha dor, por acaso?
Meu pensar e sentir... constantes velam

Pra te reencontrar... muito longe eu fui...
Pergunto por que... de ti me perdi...
E nem em sonhos... meu amor se dilui...

És meu sol... Sempre a procurar por ti...
E dos meus olhos... lágrima que flui...
Resgatar-te eu vim... Não digas: Esqueci!

                                Esther Lessa



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MERO CANASTRÃO


Quando alegas por mim tamanha devoção,
Não prescreves as faltas em todo o processo,
Quantas noites perdi avaliando teu progresso,
No entanto deparava-me com mero canastrão.

Te aninhavas com outras durante toda a noite,
E no auge das ressacas desejavas o meu ser,
Quantas vezes desejei o teu delirante coito,
E nunca pude desfrutar, não destes o prazer.

Os jardins por ti regados já tinham mariposas,
O botão que abria em flor nunca me pertencia,
Pra minha surpresa me deparei com tua esposa.

Rejeito os teus argumentos nem debato o amor.
Tens meu recrudescimento teu querer é indolor,
Desfez dos lindos momentos opinando pela dor!

                                    Miguel Jacó



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"VOLTEI"


Perdoa minha ausência, insana!
A espera por amor tem fundamento
O teu sentir não foi perda de tempo
Vamos voltar tudo... "desencana"!

Caminhei por lugares tão sombrios
Perdida nas estradas, fui em frente
Não encontrei teu abraço envolvente
Acordava sem ti, em panos frios

Comecei a voltar ao meu caminho
Refazendo o jardim em desalinho
E ficar sem ti, não quero mais

Não diga q' a esperança foi embora
Que as flores do jardim estão lá fora
Não diga que me esqueceu... Jamais!

                            Luciana Araruna



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AINDA HÁ TEMPO?


Bem sei que estivestes me esperando
E vi a todo tempo tua esperança
Acalentei contigo tuas lembranças
E fiquei todo tempo te aguardando...

E sonhei muitos sonhos que sonhaste
Esperando que no sonho eu te alcançasse
Desejando que neles me abraçasse
Mas à realidade não voltaste...

Vi quando desviaste do caminho
Plantando flores e colhendo espinhos
Quando choraste por mim e por ti

Estiveste tanto tempo descuidado
Buscando alhures quem sempre esteve ao lado...
Que nem notaste  que eu sempre estive aqui!

                             Ângela Faria de Paula Lima



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SONETO DO ARREPENDIMENTO


Saiba que eu me esqueci de te esquecer,
E enquanto me esperavas te esperei...
Querias-me? Mas, só agora eu sei.
Esqueceste-me? Que posso eu fazer?

Dizes que me chamaste? Eu não ouvi.
O orgulho é um devastador sentimento
Cada um de nós só, em seu sofrimento
Um grito mudo... Dor dentro de si...

Ao sentir como se tu me ouvidasses
Eu disse não para qualquer lembrança
Obriguei-me a não sentir esperança!

E se o arrependimento me matasse,
Certamente que eu já estaria morta
Perdi de mim a chave! Tranquei a porta...

                          Madalena de Jesus