A MORTE DE UM AMIGO
É mui tocante a morte dum amigo,
vê-lo partir daqui, assim tão cedo,
inda tão novo, saber o segredo
do gélido toque de um atro jazigo.
Se penso que ocorrerá comigo,
passar por este vale do degredo,
sinto um arrepio, um certo medo,
como se eu temesse algum castigo.
Embora, viva eu, sem uma razão,
para temer o fim e a escuridão,
me pairam acerbas dúvidas do além.
Eu vivo, numa grande tentativa
de enxergar a santidade viva,
mas vejo mais o mal do que o bem.
(YEHORAM)