SONETO DO ÚLTIMO INSTANTE
Quando a vida quedar-me a fronte
E, definitivamente, nada mais existir.
Quando não mais eu puder seguir
Ou, adormecido, cair meu semblante.
Quando não mais houver o adiante
Ou não mais eu houver por aqui.
Quando enfim disserem q'eu morri
Ou a vida não for mais como antes
Seguirei tranquilo... E à tênue esperança
De seguir vivendo à ternas lembranças
De poemas e versos que outrora escrevi.
E assim... Sem angústias, ou mau grado,
Clamo aos convivas para ser lembrado
Por cada verso de amor q'eu um dia fiz!
Puetalóide
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INTERAÇÃO
Quando o dia chegar
Não serei eu, a me opor.
Tenho vivido cada dia,
Como a vida me apresenta.
Quando a janela da vida...
Divisar a dama que nenhum ser
Que ama a vida, deseja encontrar
Vindo ao meu encontro.
Apenas direi ao meu Deus e Pai:
É ponto final, que seja feita a sua vontade.
Por merecimento, sou indigno,
Mas, rogo-te, guarda-me em sua memória.
Em seu beneplácito,
Lembre com fervor de mim.
Dei o meu melhor em defesa do teu nome.
Felipe F Falcão
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TREVAS
Morre meu corpo. O espírito se eleva
além dos astros vagos, não visíveis
vencendo estratos tetros, noutros níveis
de sombra e luz da fonte mais longeva.
Buracos negros, túrbidos, e treva.
Vultos vagos de falas inaudíveis.
Angústia e medo... Hálitos horríveis.
Não sei para onde vou ou quem me leva...
A luz havida sopra o lume e some.
A escuridão amplia o meu deserto
de ser só, sem saber que rumo tome.
Indistinta figura sinto perto.
Alerto a escuta. Alguém chama meu nome
mas não vejo a visão. Grito! Desperto...
Odir Milanez
- Oklima -
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INTERAÇÃO
Quando um dia não restar minha essência,
Quando o sol não mais banhar meu olhar,
Foi a morte que chegou truculenta.
É sinal que deixei esse mundo,
Que parti para um mergulho profundo,
Onde cantarei os versos que não pude recitar.
Ísis Dumont
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***QUESTÕES ÚLTIMAS***
Quando os meus olhos se fecharem,
Quais duas estrelas sem brilho,
Quebrantados os corações que lembrarem,
Questão fechada, percorri outros trilhos,
Quem quiser me fazer homenagem,
Quero que o façam enquanto em vida
Quão inúteis depois da passagem,
Quantas poesias minhas serão esquecidas?
Queixo-me enquanto na terra dos viventes
Quisera puder melhorar, chegar à plenitude,
Querido Deus, a quem amo e sou temente,
Qualificará minha história pelas atitudes.
Fernanda Xerez
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ENQUANTO VIVO
Enquanto vivo eu sou esperado pelos germes,
Lá em seus planos vêem em mim ledo banquete,
No meu dia a dia o este viver parece um inferno,
E os meus versos tem um efeito ante carbureto.
Ainda vivendo escrevo as moscas e pernilongos,
São analfabetos estes não lêem nem me criticam.
E após morto haverão de ler autores modernos,
Ao falar dos meus provavelmente alguém zomba.
Me leio em voz alta e dou vida a minha criação,
Além do meu quarto ninguém sabe o que escrevo,
Parece que a vida é um oásis em meio a maldição.
Firmei um pacto com a história do meu ser inerte,
Quando alguém falar dum vivido em decadência,
Saberão tratar-se de uma alma leve nada exigente.
Miguel Jacó
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Show! Belíssimo e Inspirador.
Quando o sol, em mim, deixar de cintilar,
E a lua... Não mais me inspirar,
Sei! A mim, é chegado o fim;
Repousarei, pelo não, pelo sim,
Das amarguras... E da beleza sentida!
Imergirei de alma despida,
A um novo mundo...!
E eternizarei, mesmo que em breve segundo,
Meu brado, AO DEUS DO AMOR... O seu perdão!
Em clemência... Aclamarei meu coração...
E o SOL em minha vida, outra vez, há de BRILHAR!
Aila Brito
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INTERAÇÃO
Com certeza serás lembrado
Pelas belas poesias que escreveu
Pelo dom maravilhoso que recebestes
No momento em que nasceu!
Neusa Staut
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INTERAÇÃO
Muitas vidas nos habitam
Todas agem em sintonia
Mas a única eterna delas
Chama-se, simplesmente... Poesia!
Gajocosta
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INTERAÇÃO
Sois genuino e único,
Ora no arrojado versar,
Ora no humilde comentar.
Sois poeta e cantador,
Ora nos embala em linhas,
Ora nos tira para dançar.
Sois amigo das letras e dos amigos,
ora nos presenteia em poesia,
ora nos tratando feito familia.
Sois luz e escuridão, poeta...!
Nunca nos falte com seu enorme talento
E infinita paixão!
Cláudio A Broliani
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ETERNIDADE
Falas de morte, instante derradeiro
do poeta que se vai pro infinito.
Dizes do leito eterno, lar bendito
dos que da vida se vão por inteiro;
De quando não serás mais companheiro
dos que ficarem neste chão finito;
de transcenderes este Céu bonito
No silêncio de saudoso viageiro.
Porém não morrerão jamais os versos
que por aqui tu deixarás dispersos,
provas vívidas de tua competência.
Serás, neles, lembrado eternamente;
cada amigo, leitor, cada parente
há de reverenciar-te a existência.
Waldy Wurdig