Eu o mar... e tu a maresia

Seus versos tocam-me, assim, a alma...

Do seu olhar de noite de estrela guia.

O cântico solene que assim acalma

E que do meu peito estancara sua agonia.

Seus mistérios são mares e ares pungentes...

Que ora sedenta minh’alma grita e inflama.

Seremos eu e tu aquele sol de luz poente?

Ou seremos sol e lua que a dor ora reclama?

Desejo eu, então, que desse sublime amor...

Eu possa ter o seu afago, seu brio e fervor

E assim seremos... “Eu o mar e tu a maresia”.

Para que não faças como aquele passarinho

Que magoado e triste ao lhe negar carinho...

Bateu asas e foi cantar em outra freguesia.