HUMANA
Boa noite, natureza tenebrosa!
Por que pioras paulatinamente,
Se eu nem me alimentei dessa semente
Que, germinando, faz-se perigosa?
Por que assolas essa humanidade,
Que já agoniza além do suficiente
Com a própria biologia indigente,
Quer criança, quer pródigo em idade?
Ah, mas ei-la agindo furtivamente,
Enquanto vou negando o efeito vil
Da vil peçonha que envenena a mente:
Cada recanto ocioso em mim já viu
Que, embora dela não me alimente,
Eu alimento dela cada ardil.