HUMANA

Boa noite, natureza tenebrosa!

Por que pioras paulatinamente,

Se eu nem me alimentei dessa semente

Que, germinando, faz-se perigosa?

Por que assolas essa humanidade,

Que já agoniza além do suficiente

Com a própria biologia indigente,

Quer criança, quer pródigo em idade?

Ah, mas ei-la agindo furtivamente,

Enquanto vou negando o efeito vil

Da vil peçonha que envenena a mente:

Cada recanto ocioso em mim já viu

Que, embora dela não me alimente,

Eu alimento dela cada ardil.

Marcelo David
Enviado por Marcelo David em 22/10/2013
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