HORA DE DORMIR

A lentidão da noite me atormenta;

A mera expectativa de sua vinda

Faz-me esquecer que seja ela linda

E acende-me a repulsa virulenta.

Ao mesmo tempo, eu amo a calmaria:

É a hora do silêncio absoluto,

Momento em que me lanço resoluto

Às idéias perdidas pelo dia.

Mas eis que chega a hora de dormir;

Resisto então ao sono, qual um faquir

Resiste em seu tapete pontiagudo.

Durante o muito tempo em que se dorme,

Pode-se realizar algo de enorme,

Não fosse o organismo estragar tudo.

Marcelo David
Enviado por Marcelo David em 21/10/2013
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