HORA DE DORMIR
A lentidão da noite me atormenta;
A mera expectativa de sua vinda
Faz-me esquecer que seja ela linda
E acende-me a repulsa virulenta.
Ao mesmo tempo, eu amo a calmaria:
É a hora do silêncio absoluto,
Momento em que me lanço resoluto
Às idéias perdidas pelo dia.
Mas eis que chega a hora de dormir;
Resisto então ao sono, qual um faquir
Resiste em seu tapete pontiagudo.
Durante o muito tempo em que se dorme,
Pode-se realizar algo de enorme,
Não fosse o organismo estragar tudo.