Galeões fantasmas

Noites de minha rede de remorsos

tecem novas manhãs sobre o meu grito

tatuando nas auroras do infinito

o calado de mim desses esforços.

Mares são sorvedouros de naufrágios

dos roteiros incertos e distantes,

em que flutuam silêncios navegantes

que afogam as ressacas e os presságios.

As aranhas são pêndulos nas teias

capazes de prender o mais robusto

dos galeões fantasmas das areias.

E já não se resgata a nenhum custo

o lembrar que lateja como veias,

onde ao invés de sangue corre o susto.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 05/10/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4512274
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