PARASITAS

Tudo está torto, como torto é o mundo.

E esse redondo mundo torto acaba,

E sobre os homens sem vigor desaba,

Trazendo à tona o mal-estar profundo.

Acaba o mundo com a vontade viva

De perseguir com zelo dias melhores,

De renegar com ânsia instintos piores,

Deixando o homem como está, à deriva.

Oh, pobre homem, entregue ao próprio homem!

Irmãos de sangue a seus irmãos consomem,

Antropofágico delírio insano;

E ainda há quem abra a boca e diga

Que a solitária com que o homem briga

É o verdadeiro parasita humano.

Marcelo David
Enviado por Marcelo David em 30/09/2013
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