DEPOIS DO TEU OLHAR

DEPOIS DO TEU OLHAR

Olhaste-me, olhei, e em mim um vulto

Senti-o adentrar o coração.

Pedia ele paz, dei-lhe o indulto,

(Bebi do vinho doce da paixão.)

Deitou ali, morou, não fez insulto,

Não sabe se o quero, nem se não;

Nem eu não sei se o quero, se o expulso,

Mas sempre lhe dou um pouco do meu pão...

E ainda o carrego no meu peito,

E se me pede eu faço-lhe o favor,

E todos os pedidos eu aceito;

E tanto me judia esse invasor

Que eu já não duvido da suspeita

De que seja, o fantasma, o amor.

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 27/09/2013
Reeditado em 27/09/2013
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