SUAVE

Senti a dor de cada letra nua

expondo a alma; de tristeza, morta

vestida de verdade, dor tão crua

daquela fina que, por pouco, corta

Senti as lágrimas rolando - as duas -

batendo desde cedo à tua porta

quisera, mesmo, transmutar-me e lua

alteraria as bases da comporta

E a noite, silenciosa como a brisa,

acalmaria a dor que aterroriza

vestindo-te com flores e sorrisos

Perfumaria com o mais puro nardo

suave, como as nuvens que resguardo

para curar-me, sempre que preciso

SUAVE - Lena Ferreira – set.13