Tua ausência breve
Uma tarde num dia de chuva leve,
Outono do corpo que, assim, se estende
ao inverno da alma que tanto entende
o quedar do dia, pausado e breve.
Nela, o tempo passa e é sorrateiro,
Querendo estar, parar em cada hora;
A chuva lenta o minuto chora
Tua presença, um vazio derradeiro.
Ela é alma, tão bem posso saber,
Pois, em mim, continua a crescer
A força, sem limites, sem parar...
E isso me põe para além de louca
Já que o paraíso, da tua boca,
Não posso por agora desfrutar