“ENQUANTO VIVO”

Por que, a morte, pranteamos?

Por que moedas ao enterrador?

Por que carregar o andor

Se ao levar os mortos nos cansamos?

Por que desflorar uma flor?

Pra que um castiçal acendido,

Pra quê? Se já não há sentido

No corpo teso, frio, sem cor.

Pra que reza às contas do rosário,

Se em breve ocupam o ossuário

Os ossos que a carne cobria...

Uma inscrição na lápide sepulcral:

Aqui jaz o fulano de tal

De quem nada foi dito enquanto vivia.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 20/08/2013
Código do texto: T4443026
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