SIMPLES VENENO!



SIMPLES VENENO!
Silva Filho

O meu amor passou por ti despercebido.
Sem merecer, sequer, algum aceno.
Como se fora simplesmente um veneno,
Antes mesmo de provar, já foi banido.

Nos teus caprichos sou apenas poesia.
Verso perdido no contexto dum soneto.
Voz solitária que não canta em dueto,
Um instrumento que perdeu a sinfonia!

Se é assim que prediz tua vontade,
Que tenha ela o poder de majestade,
Para ditar a sorte dum vassalo!


Noutra vertente vou seguir caminho,
Voando livre, como faz o passarinho,
Encontrando no gorjeio – o meu regalo!