Ai, quem me dera!
Ai, quem me dera ser poeta, amigo!
Sigo essa vontade em euforias,
Passeio nos jardins de poesias,
Mas planta-las no papel: eu não consigo!
Ah, inda vou ser poeta e te digo:
Nem que eu tente todas as simpatias
Todas as mil formas de alquimias
Para atiçar minha mente. É antigo
Esse desejo e buscando-o vou fundo
E desta forma não descanso um segundo
Até encontrar da poesia a forma certa.
Sei que resta pouco tempo pro intento,
Mas eu hei de encontrar um argumento
Para, enfim, depois da morte ser poeta.
JRPalácio
ÂNGELA FARIA DE PAULA LIMA
O POETA-FANTASMA
Você vai ser poeta além da vida
Pois sei que é o rei da malandragem
Ocultará a poesia esquecida
E a levará no bolso pra viagem..
E digo mais: após sua passagem
Encontrará nos Céus a alquimia
Capaz de devolvê-lo, como imagem
E declamar no umbral sua poesia!..
Espantará a todos declamando
Os versos que levou e aqueles mais
Que levou em sua mente imaginando...
Só não me espantará, pois o conheço
E sei das ironias que é capaz
E sei que as fará a qualquer preço!...
Obrigado pela interação, querida Ângela.