Alma de poeta
Ter alma de poeta não é prático
É amar tanto e tão desvairadamente
é de se ficar longe ficar doente
E de tão doente ser tão socrático.
É de ver a amada e ficar estático
E rápido tornar-se dela um crente
- Vai que ela desatina de repente
Se vira e dá-me um beijo tão fantástico!
Ah, ter alma de poeta, que fardo!
Se um verbo aqui cabe, é o verbo sofrer
Não é fácil sempre se arrepender.
Poeta sou e em tantos anelos ardo
Por isso escrevo muito, jamais tardo
Pois é disso tudo que vou morrer.