“CONTESTANDO CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE”
                                              (POEMA: O AMOR)
                                                        
Carlos Drummond, data venia, discordar do contexto,
Se “alguém fizer um coração parar de funcionar por alguns segundos”,
Jamais este será ‘o mais importante de uma vida', não neste mundo,
Na verdade, aquele será julgado por um crime cujo amor foi pretexto.

Quanto ao “mesmo brilho intenso” num cruzamento de olhar trocado,
Do jeito como as coisas vão, é perigosa sua poética observação
‘De que ali pode estar a pessoa que se esperava desde sua aparição’,
Já que por detrás daquele brilho pode estar alguém desesperado.

E a “magia concebida num beijo intenso”, de efeito apaixonante,
Conforme foi observado no mesmo poema, ora contestado,
Se os ‘olhos se enchem d’água’, de repente revela uma dor penetrante.

Além do que, imortal Poeta, mesmo não tenso sido imortalizado,
“As loucuras do dia-a-dia” cegam todo ser vivo e o tornam tão distante
Que às vezes se esquece do seu Criador o que lhe faz um pobre coitado.

                                                  
                                                                         
                                                  (ARO. 2013)