Soneto 12: Silencioso soneto
Fale, não te cales.
Esse teu silêncio me atordoa
Tens-me em tratamento de choque?
Fale, meu amor, não te emudeças.
Esse sombrio silêncio congela minh’alma
É pior que a sombra da morte...
Fale, teu silêncio me condena.
És tu o carrasco que, de foice em punho,
De face coberta, me conduz ao altar mortal?
Minha penitência é não ouvir tua doce voz.
Uma tarde de outono, uma flor roxa do desespero,
Uma data inverossímil, um lamento da garganta sedenta.
Fale e não te cales, meu amor, não te emudeças!
Teu silêncio me condena. Fala, porque eu amo você.
Por paulo Siuves