O ateu

Recordo a obstinada criancinha,

Coraçãozinho sem reprovações...

Nas missas aos domingos, sentadinha,

Mãos postas, a fazer suas orações.

A alma tão ingênua, tão “branquinha”,

As tímidas, temidas confissões;

Ficava ali atenta e quietinha,

Ouvindo as homilias e os sermões....

... Depois que conquistou a sapiência,

Perdeu-se, com o seu barco da ilusão,

Nos mares conturbados da ciência...

O ex-menino é hoje só razão.

Deixando Deus dormir nessa inocência,

Nas sombras do seu próprio coração.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 02/04/2013
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