LEMBRANÇAS.

Lembro das águas burilando a pedra bruta da cachoeira.

Lembro da severina matraqueira no galho da quaresmeira,

com seus olhos espertos, suas penas pardas, e seu bico aberto .

Contemplando as águas com seu cantar de poesia .

As águas lisonjeadas com a poética do canto, remanso formava.

Batia nas pedras pulverizando sereno , o frescor das gotas ,

no espaço lançado , molhava as gramíneas que verdes ficavam.

O remanso dormia cercado de robustos rochedos.

As águas escoavam espremidas nas frestas insanas .

A severina na lida tecia seu ninho com algodão escolhido .

Os peixes brincavam, com tanta harmonia no fundo das águas.

A tarde caia, com muita maestria empurrava o sol gordo .

A severina cantava , as águas caiam , os peixes brincavam.

Eu olhava , os peixes , as águas. Ouvindo o cantor da severina.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 30/11/2012
Código do texto: T4013570
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