LEMBRANÇAS.
Lembro das águas burilando a pedra bruta da cachoeira.
Lembro da severina matraqueira no galho da quaresmeira,
com seus olhos espertos, suas penas pardas, e seu bico aberto .
Contemplando as águas com seu cantar de poesia .
As águas lisonjeadas com a poética do canto, remanso formava.
Batia nas pedras pulverizando sereno , o frescor das gotas ,
no espaço lançado , molhava as gramíneas que verdes ficavam.
O remanso dormia cercado de robustos rochedos.
As águas escoavam espremidas nas frestas insanas .
A severina na lida tecia seu ninho com algodão escolhido .
Os peixes brincavam, com tanta harmonia no fundo das águas.
A tarde caia, com muita maestria empurrava o sol gordo .
A severina cantava , as águas caiam , os peixes brincavam.
Eu olhava , os peixes , as águas. Ouvindo o cantor da severina.