Póstumo.
Morri. digo-lhes: estou feliz,
Aqui de cima, nestes vastos céus azuis,
Vejo meu túmulo e meu nome sobre a cruz,
provisoriamente escrito a giz.
No meu caixão solitária flor-de-lis,
Adorna o meu cadáver, em osso e pus,
e o meu espírito envolto em áurea luz
estável, abre a boca e assim diz:
Desculpem-se, mas perdi o entusiasmo,
Foi o desencanto, a rotina, esse marasmo,
A falta de amor que me mataram,
Mas no mundo é viver e morrer, não tem dilema,
Mas deixo-me aqui em forma de um poema,
Aos póstumos que me amarão, e aos poucos que me amaram.